DOC supera expectativas em nova fase

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Incorporado ao grupo Rock’s, do chef Rodrigo Sanchez, casa continua, com trio de peso: além de Sanchez, chefs Luiz Trigo e Rodrigo Carpaneda.

Incorporado ao grupo Rock’s, comandado pelo chef Rodrigo Sanchez, o DOC encerrou 2023 com novos ares de uma operação 100% local, após a saída de Salvatore Loi da cozinha da casa.

Ao lado de Sanchez, Luiz Trigo e Rodrigo Carpaneda assumiram a missão de não só manter a qualidade, como trazer novidades chamativas, tarefa fácil para quem tem o Le Birosque no portfólio.

Neste início de nova gestão, o trio optou por manter receitas que já tinham conquistado a clientela brasiliense, com mudanças em apresentações aqui e ali, readequou porções e ajustou preços, que ficaram mais atrativos.

Almocei lá na semana anterior ao carnaval e saí feliz com o que encontrei. A primeira diferença notada foi no ambiente interno, que ganhou a tão pedida climatização e, agora, convida a ficar mais tempo admirando o trabalho da cozinha aberta, enquanto se desfruta as refeições. A área externa recebeu cobertura térmica extra para manter a temperatura mais agradável mesmo em dias quentes.

O menu executivo anterior foi retirado, mas a casa não pretende ficar sem uma sequência para o almoço. Trigo adiantou que, em breve, a sugestão voltará com novidades.

No à la carte, comecei pela famosa berinjela à parmegiana gratinada, pesto de manjericão e muçarela de búfala (R$ 59). Unanimidade desde a abertura do restaurante, ela segue bem-feita, com textura e acompanhada de um molho feito in loco para italiano nenhum botar defeito.

A Insalata DOC, com folhas, tomates-cerejas, amêndoas caramelizadas, muçarela de búfala, crocante de parma (R$ 69), é facilmente uma das mais saborosas que já provei na cidade e uma entrada perfeita para compartilhar junto à berinjela.


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Como principal, não poderia deixar de conferir meu queridinho: o Polpo alla griglia (polvo grelhado) ao molho arrabiata, servido com arroz negro e legumes a brunoise, a R$ 139. Quem me conhece sabe que sou o louco do polvo. O prato chegou com uma apresentação diferente, mas com um sabor arrebatador.

O tempero do arroz negro com os legumes chegou equilibrado para não roubar o protagonismo do molusco e agregou demais à experiência. O ponto do arroz também é digno de nota, assim como o do polvo, com um tentáculo grande, que também veio perfeito.

Para finalizar, a curiosidade pelas sobremesas estava latente, já que elas sempre foram o calcanhar de Aquiles do DOC. Na minha visão, a cozinha salgada da casa estava sempre em um nível altíssimo e a parte doce ficava apenas no OK.

Fui de tiramisù, uma sobremesa que gosto muito, mas que encontro pouco em execuções dignas. O do DOC, agora, vem em taça, ficou mais encorpo na estrutura e traz um fundo de café mais presente. Tudo o que faltava antes. Só amor!


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A tarte tatin segue pelo mesmo caminho: mais sabores na boca, mais “Punch” no aroma e maçãs bem mais macias e caramelizadas. Minha impressão é de que agora a equipe tem menos receio de trazer apuro aos doces, antes muito suaves e delicados para o paladar local.

Num contexto geral, quem ama o DOC desde que abriu como eu, não vai se decepcionar e sairá com o bichinho da expectativa criado pelo que vem por aí das mãos dos novos chefs e gestores. Particularmente, fico feliz demais do selo ganhar uma nova fase em vez de fechar.

A proposta de Sanchez é continuar com o nome DOC, mas o “cucina” dará lugar a outras cozinhas que não só a italiana. Muito em breve, veremos clássicos franceses e espanhóis no novo menu, que logo mais sairá do forno. Mais um ponto para a Rock’s. Nem só de italiano se vive o brasiliense.


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