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Harris Pogust e Thomas Goodhead, donos do escritório Pogust Goodhead, comandam causa que pede R$ 230 bilhões de reparação da mineradora australiana BHP Billiton (dona de 50% da Samarco), a empresa envolvida no rompimento de uma barragem que matou 19 pessoas em Mariana, Minas Gerais
Os defensores de causas contra a gigante mineradora anglo-australiana BHP Billiton, dona de 50% da Samarco aqui no Brasil, expõem um estilo de vida luxuoso nas redes sociais. Harris Pogust e Thomas Goodhead, fundadores do escritório de advocacia Pogust Goodhead, aparecem nesta 6ª feira (12.abr.2024) numa reportagem do jornal Daily Mail. “Os criadores da Pogust Goodhead se jactam de seus planos para fazer de seus advogados os mais bem pagos do planeta”, escreve o veículo.
As maiores causas do Pogust Goodhead são em ações coletivas de grupo de pessoas ou comunidades que tiveram as vidas afetadas pela mineração e desastres causados por essa atividade. São processos que em geral têm a simpatia da sociedade por supostamente terem o objetivo de ajudar parcelas mais pobres da sociedade. Esse tipo de processo tem elevado retorno: os advogados podem ficar com até 50% do valor das reparações obtidas na Justiça.
Com sede em Londres e cerca de 700 funcionários, a Pogust Goodhead abriu recentemente um escritório em Sidney, na Austrália, por causa do aumento das demandas naquele país. Numa entrevista para o site Law.com, um representante do empreendimento disse: “Estamos investigando uma série de novos casos contra empresas multinacionais australianas, como a BHP, nos quais o compromisso com a responsabilidade foi seriamente questionado […] Estamos estabelecendo uma base no quintal da BHP para garantir que exploraremos todos os caminhos em nossa luta por justiça para as vítimas”.
Em novembro de 2023, relata o Daily Mail, Thomas Goodhead deu esta declaração deixando claro os objetivos de seu escritório: “Estamos aqui para ter lucro […] Isto não é uma ONG, embora eu saiba que parecemos uma. Estamos aqui para ter lucro… Tenho advogados estagiários ganhando US$ 150 mil [por ano]”.
No caso do Brasil, a ação que a Pogust Goodhead comanda está correndo na Justiça do Reino Unido. Trata-se do caso do rompimento em 2015 da Barragem de Fundão, em Mariana, em Minas Gerais, que teve 19 mortos. O Pogust Goodhead fez ampla atuação na região para recrutar interessados em assinar a ação de reparação e autorizar o escritório a representá-los. Pedem indenizações da ordem de R$ 230 bilhões por danos coletivos para um grupo de 700 mil vítimas do acidente.
O caso em que a Pogust Goodhead atua contra a Samarco está correndo no Tribunal de Tecnologia e Construção, em Londres. A barragem pertencia à Samarco, que tem como sócias Vale e BHP Billiton.
Além de expor o rico estilo de vida dos donos da Pogust Goodhead, a reportagem do Daily Mail desta 6ª feira diz também que a atuação do escritório não teria sido transparente em alguns casos, sugerindo que os advogados poderiam ter lesado reclamantes de ações em que atuaram.
Numa ação, o Pogust Goodhead afirmou que os honorários seriam de 35% sobre o valor da indenização obtida, mas depois o escritório avisou aos litigantes, de acordo com o Daily Mail, que esse percentual teria de ser de 50%. Isso acabou provocando críticas dos reclamantes por se sentirem enganados.
ESTILO DE VIDA
Os perfis em redes sociais abertas ao público de Harris Pogust mostram um estilo de vida luxuoso proporcionado por sua carreira de sucesso como advogado. Ele e sua mulher, Carrie, costumam publicar fotos viajando num jato particular e posando tomando coquetéis em iates.
Em novembro de 2023, Harris Pogust mostrou detalhes de sua nova casa, com 6 quartos e 8 banheiros, piscina, academia de ginástica e adega: “Depois de tentar comprar esta casa pela 3ª vez nos últimos 12 anos, finalmente conseguimos adquiri-la”.
Numa outra oportunidade, o advogado escreveu: “Nada se compara a voar para jantar do que voltar para casa. A diversão nunca acaba…”. Na publicação, marcou sua localização no Aeroporto Internacional da Filadélfia, dando a entender que fez a viagem de avião apenas para ir jantar num restaurante que havia escolhido.
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