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ANAHI MARTINHO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Condenado a nove anos de prisão por estupro pela Justiça italiana, Robinho voltou a se declarar inocente em entrevista à Record neste domingo (17).
Na próxima quarta-feira (20), o ex-jogador terá o pedido de homologação da pena julgado pelo STJ. O julgamento será transmitido ao vivo, a pedido da Itália.
Na próxima quarta-feira (20), o ex-jogador terá o pedido de homologação da pena julgado pelo STJ. O julgamento será transmitido ao vivo, a pedido da Itália.
Em entrevista a Carolina Ferraz no “Domingo Espetacular”, ele afirmou estar sendo alvo de racismo pela justiça italiana e pediu desculpas “a todas as mulheres”.
“Tivemos uma relação superficial e muito rápida. Fizemos sexo oral e trocamos beijos. Estávamos ali com o consentimento dela. Ela estava consciente, em nenhum momento ela gritou ou pediu para parar”, afirmou Robinho. “Quando vi que ela queria continuar com os outros rapazes, fui para minha casa.”
“Só fui saber depois de quatro meses [da acusação de estupro], porque eles me contaram. Disseram que ficaram com a garota por determinado tempo, com o consentimento dela, e depois dali foram para outra discoteca. Eu já nem estava mais no local”, acrescentou.
O ex-atleta afirmou ainda que foi alvo de racismo pela justiça italiana. “Se o julgamento fosse de um italiano branco, o resultado seria bem diferente”, disse. “Eles [italianos] têm o objetivo principal de me condenar por algo que eu não fiz. Ela [vítima] fez uma falsa acusação, como se ela estivesse inconsciente.
Fui condenado por ‘inducione’. Não induzi ninguém a beber”, se defendeu.
Ainda de acordo com ele, quatro dos seis homens presentes no suposto estupro coletivo não foram corretamente julgados. “Se foi algo coletivo, envolvendo seis pessoas, por que só eu estou respondendo por isso?”
Segundo investigação do Ministério Público italiano, Robinho e outros cinco brasileiros praticaram violência sexual de grupo contra uma mulher de origem albanesa que, embriagada e inconsciente, foi levada para o camarim de uma boate em Milão, onde foi estuprada várias vezes. O caso ocorreu em 2013.
Por terem deixado a Itália durante a investigação, quatro homens não puderam ser notificados, e o caso deles foi desmembrado do processo. O outro, assim como Robinho, foi condenado.
Tentativa de extorsão
Questionado por Carolina Ferraz se gostaria de dizer algo à vítima, Robinho voltou a dizer que é inocente.
“Não tenho nada a dizer a ela, só que sou inocente. Se tem alguém a quem devo desculpas é à minha mulher e a todas as mulheres que foram induzidas pela mídia a acreditar que eu sou esse monstro que estão tentando me transformar”, disse.
Sobre os áudios vazados em que debochava e ria da vítima, Robinho afirmou que foram “tirados de contexto” e que sofreu tentativa de extorsão.
“Não eram meus amigos, eram pessoas que tentaram se aproveitar de mim para tirar meu dinheiro.
Tentaram me extorquir, me pediram 60 mil euros. Se eu tivesse feito algo errado eu pagaria os 60 mil euros. Minha risada foi porque eu estava seguro de que estava sendo extorquido”, afirmou.
Os áudios aos quais o ex-atleta se refere foram incluídos no processo pelo Ministério Público da Itália.Nas gravações, Robinho diz: “Por isso que eu estou rindo, eu não estou nem aí. A mina estava extremamente embriagada, não sabe nem quem que eu sou.”
Ele diz que espera ser inocentado pelo STJ. “Espero que aqui no Brasil eu possa ter a voz que não tive lá fora. Minhas provas não foram consideradas por eles.”
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