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Messenger, também da Meta, vem em segundo lugar; Telegram completa pódio, diz levantamento
THIAGO AMÂNCIO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
É tiro e queda: basta o WhatsApp sair do ar que começam a chegar notificações de contatos se inscrevendo no Telegram.
“Eu mesmo só lembro que existem outros aplicativos quando o WhatsApp cai”, diz o publicitário Gustavo Garcia, 31. “Usava o Telegram só para ver grupões de política, mas nunca chegou perto de substituir o WhatsApp. No fim, são todos meio parecidos, e você vai aonde seus amigos estão”, afirma.
A lista de apps é longa, vai de gigantes como o WhatsApp -que fazem até pagamentos- aos que correm por fora, como o Signal, vendendo segurança e privacidade.
É impossível saber exatamente quantos usuários cada aplicativo tem porque as companhias não divulgam essas informações. Mas serviços de monitoramento e consultorias fazem estimativas, e uma das mais completas vem da empresa de análise de dados Similarweb.
O levantamento da companhia mostra que a líder do setor é, de longe, a Meta, com dois dos aplicativos mais populares: o WhatsApp, globalmente, e o Messenger (chat do Facebook, que existe como aplicativo independente), forte nos Estados Unidos.
O WhatsApp é o aplicativo número 1 de mensagens em ao menos 61 países analisados, incluindo, é claro, o Brasil, mas também quase toda a América Latina, a Índia e boa parte da Europa Ocidental. O Messenger, por sua vez, aparece em primeiro em pelo menos 15 países, com Canadá e Austrália, além dos EUA.
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Já o russo Telegram é o mais forte em outros dez países, como Ucrânia, Cazaquistão e Quirguistão. É o canal oficial utilizado pelo governo ucraniano, por exemplo, incluindo o presidente Volodimir Zelenski, para divulgar informações sobre a Guerra da Ucrânia.
O Viber aparece em países do Leste Europeu, e há opções regionalizadas, como o poderoso WeChat, na China, e o sul-coreano KakaoTalk, populares em seus países de origem. Signal não chega a aparecer como predominante em nenhum país.
Os dados da Similarweb, no entanto, consideram apenas usuários do sistema operacional Android, o que representa 70% do mercado de smartphones global.
Os números são mais precisos onde os telefones Android são predominantes, como no Brasil, em que mais de 80% da população usa o sistema operacional.
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Já em outros lugares podem ser menos representativos, como nos EUA, em que o sistema do Google é utilizado em apenas 4 em cada 10 aparelhos.
Ainda que o WhatsApp lidere globalmente, isso não significa que outros apps estejam acabados. Entre os usuários de Android, a Similarweb conta 1,2 bilhão de pessoas que acessam diariamente o WhatsApp, ante 404 milhões para o Facebook Messenger, 196 milhões para o Telegram e 168 milhões para o Snapchat.
Heloisa Massaro, diretora do InternetLab, conduz pesquisas anuais sobre o uso de aplicativos de mensagens e afirma que as plataformas “ocupam lugares muito diferentes na vida das pessoas” e não são excludentes.
O WhatsApp é parte do cotidiano e é utilizado para conectar pessoas próximas, como amigos e famílias, além de empresas e serviços. Chats de redes sociais como o Instagram e o Facebook funcionam para conectar pessoas não tão próximas, como antigos colegas ou pessoas de quem o usuário não tem o número de telefone.
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Já o Telegram e outras plataformas como o Discord são onde as pessoas vão buscar conexões por interesses similares, algo próximo de uma rede social, mais que uma plataforma de mensagens, diz Massaro. “É onde as pessoas vão entrar em grupos de novelas turcas para baixar episódios, procurar livros ou discutir política.”
Por terem usos diferentes, o crescimento de um aplicativo não significa necessariamente recrudescimento do outro.
No total, o WhatsApp afirma ter mais de 2 bilhões de usuários ativos, ainda que não divulgue os números exatos. Pesquisa Datafolha de 2022 apontou que 92% dos entrevistados afirmaram usar o aplicativo da Meta. Na pesquisa do InternetLab, 99,3% dos entrevistados disseram usar o app.
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O WhatsApp foi o primeiro aplicativo a se popularizar enviando mensagens com dados de internet para usuários identificados pelo número do celular. Quando surgiu, concorria apenas com o BBM, da BlackBerry, exclusivo para usuários do smartphone que nem existe mais.
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Hoje o WhatsApp caminha para se tornar o primeiro “superapp” ocidental, tentando ocupar deste lado do globo o lugar que o WeChat tem no mercado chinês.
O aplicativo da Tencent, além de enviar mensagens, virou uma rede social e se tornou uma das principais formas de pagamento na China hoje.
O WhatsApp lançou em 2020 uma ferramenta para enviar dinheiro a outros usuários dentro do aplicativo, e em 2023 permitiu o pagamento direto para empresas.
A novidade, no entanto, ainda não pegou, em meio ao sucesso do Pix no Brasil. Em 2022, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), foram 56,2 milhões de transações via WhatsApp no Brasil -sendo 37% delas de movimentações financeiras e o restante de consultas de saldo, extrato, cartão de crédito e dívidas.
O número parece alto, mas é ínfimo perto das 163,3 bilhões de transações feitas no país no mesmo ano.
O movimento mais incisivo da Meta para posicionar o WhatsApp como um superapp foi a criação do “Flows” em setembro de 2023, ferramenta que disponibiliza um menu avançado para contas comerciais, que poderiam até substituir sites de empresas.
Dentro da conversa com uma empresa de ônibus, por exemplo, é possível reservar uma passagem e selecionar um assento sem sair do chat.
Desde o fim de novembro, usuários de São Luís, Teresina, Juazeiro do Norte (CE) e Sobral (CE) podem pedir corridas de Uber dentro do WhatsApp.
No mundo, apenas o chinês WeChat se aproxima em número de usuários. Considerado um “superapp”, o aplicativo da Tencent já deixou de ser apenas uma plataforma de mensagens e hoje é quase incontornável no dia a dia chinês, utilizado como plataforma de rede social, pagamentos e compras.
Balanço do terceiro trimestre da empresa afirma que as versões combinadas do WeChat (nome ocidental) e Weixin (nome na China) somam 1,3 bilhão de usuários ativos mensalmente.
Já o Telegram afirma que tem 700 milhões de usuários ativos mensais (número muito maior que o aferido pela Similarweb entre usuários de Android).
No Brasil, o app é o terceiro mais popular segundo a aferição do Similarweb entre usuários de Android, atrás apenas do WhatsApp e da versão para empresas, o WhatsApp Business.
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