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Nesta sexta-feira (22), celebramos o Dia Mundial da Água. A data criada pela Unesco busca conscientizar sobre a importância de fatores como a gestão sustentável dos recursos hídricos. Nete ano, o tema é “Água para a Prosperidade e a Paz”.
Todo ano, o Dia Mundial da Água acompanha um Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos (World Water Development Report – WWDR), feito pela Unesco para chamar a atenção às possíveis políticas sustentáveis relacionadas à água e os recursos que podem ajudar a seguir essa missão.
A ocsião também está associada ao Programa Hidrológico Intergovernamental (Intergovernmental Hydrological Programme – IHP), que ao longo do ano promove o conhecimento científico para ajudar os países a administrarem os recursos hídricos de maneira sustentável.
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Gestão sustentável
Em entrevista ao Canaltech, o engenheiro ambiental Alessandro Bertolino — doutor em Gestão Urbana e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) — explica que a gestão sustentável da água possui desafios relacionados às questões de quantidade e de qualidade.
Com relação à gestão da quantidade de água, o especialista expõe que os desafios estão ligados inicialmente a demanda de água devido ao crescimento populacional em algumas regiões, ao desenvolvimento industrial e à agropecuária, que podem necessitar de quantidades significativas de água.
“Associado também a essa questão de distribuição de água, outro desafio são as perdas nos sistemas de abastecimento”, menciona.
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Já em relação à qualidade da água, dr. Bertolino diz que “a degradação ambiental pode aumentar ainda mais o custo de tratamento, que acaba sendo repassado aos consumidores” e que essa degradação pode ser ocasionada principalmente pela ocupação humana de áreas próximas a recursos hídricos associada à má gestão de resíduos e efluentes, domésticos e industriais.
Isso significa que mesmo que alguns lugares possuam disponibilidade hídrica, o custo de tratamento pode se tornar financeira ou tecnicamente inviável. “Como consequência, em alguns casos, existe a necessidade de se construir grandes sistemas que trazem água de muito longe para que ocorra o abastecimento público”, afirma o professor.
Proteção contra riscos naturais
A ocasião também levanta questões sobre o gerenciamento das águas pluviais em eventos de chuvas torrenciais, tendo em mente consequências como:
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- Inundações
- Alagamentos
- Deslizamentos
“A crescente impermeabilização do solo e a ocupação de áreas de risco, contribuem para o aumento de perdas ocasionadas por esses eventos. Além disso, podem ser citadas as doenças de veiculação hídrica que também estão associadas à degradação ambiental”, reitera o especialista.
Mudanças climáticas
Não há como falar de água sem mencionar as mudanças climáticas e as consequências preocupantes que se apoderam sobre o planeta inteiro. Para se ter uma noção, a alta temperatura do oceano atingiu recorde em fevereiro, de acordo com relatório da EU’s Copernicus Climate Change Service (C3S).
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Um estudo da revista Advances in Atmospheric Sciences também revelou que a alta temperatura do oceano gerou eventos climáticos extremos em 2023.
Além da preocupação com o aquecimento do oceano, dr. Bertolino estima que “o regime de chuvas historicamente observado em alguns locais está apresentando novas tendências” e “a degradação de florestas e a emissão de gases do efeito estufa, também podem alterar dinâmica climática em diferentes escalas”.
Conscientização pública
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É importante reconhecer que a sociedade pode contribuir atitudes, e o engenheiro ambiental traz algumas recomendações:
- Gerenciar e descartar de maneira adequada seus resíduos
- Realizar a ligação correta da rede de esgoto onde estiver disponível
- Adoção de mais áreas permeáveis para que água não se acumule nas superfícies
- Adoção de reuso de esgoto ou uso de águas pluviais, quando possível
- Evitar desperdícios
Mas para que isso aconteça, a população deve entender que faz parte de um sistema maior, e que as suas ações podem impactar na gestão das águas.
“O primeiro passo é melhorar a educação, principalmente a educação infantil, visto que as crianças se mostram mais abertas a assuntos relacionados a meio ambiente e poderão ser disseminadoras de hábitos e ideias”, declara o professor.
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A conclusão para este Dia Mundial da Água é que o poder público precisa trabalhar para que as campanhas educativas, de sensibilização ambiental sejam mais efetivas e para que haja uma sensação de pertencimento por parte da população.
Fonte: Unesco
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