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Deputado do PL foi apontado por Alexandre de Moraes como um dos mentores do 8 de Janeiro por causa da expressão
O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que foi chamado de “meu líder” por Carlos Victor de Carvalho, também conhecido como CVC, por causa da campanha eleitoral. O diálogo entre o congressista e o suplente da Câmara de Campos dos Goytacazes (RJ) motivou uma operação de busca e apreensão da PF (Polícia Federal) contra Jordy na semana passada.
A ação foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na Operação Lesa Pátria. Carlos Victor Carvalho, funcionário da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), seria um dos responsáveis por um acampamento de bolsonaristas no Rio de Janeiro.
“Pegaram uma mensagem em que o CVC me chama de ‘meu líder’. Quantos de nós não somos chamados de ‘meu líder’ em Brasília? Meu líder porque ele [CVC] fez campanha para mim. E aí se distorce tudo o que ele fala”, disse Jordy a jornalistas nesta 4ª feira (24.jan.2024).
“Ele pergunta: ‘qual o direcionamento? Tem o poder de parar tudo’. E eu pergunto se ele poderia me ligar ou se eu poderia ligar, não lembro direito. E tenho plena convicção de que falei: ‘isso não vai dar em nada, acabou’. Eu nunca incitei nada”, declarou o congressista.
Eis o diálogo citado por Jordy:
- CVC – “Bom dia, meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo”;
- Carlos Jordy – “Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?”;
- CVC – “Posso, irmão. Quando quiser, pode me ligar”.
O líder da oposição na Câmara afirmou que “pegaram uma coisa completamente distorcida para fazer uma perseguição com o líder da oposição da Câmara dos Deputados”. Disse ainda que a operação da PF (Polícia Federal) em sua casa e gabinete na Casa Baixa foi uma “violência institucional”.
“É inacreditável o que estamos vivendo. Eu não tenho medo de justiça, mas de justiçamento. E não é medo nem por mim, é por todo mundo aqui. É medo pelo que está acontecendo com o Brasil. Não dá mais para viver nesse caos e nesse tensionamento institucional que está sendo provocado. Esses inquéritos inconstitucionais têm que acabar”, declarou.
Jordy afirmou, também, que avalia que a apreensão de seus pertences tem como objetivo “achar alguma coisa” em seu celular. Para ele, a PF “não encontrou nada além de um diálogo completamente frágil para justificar uma busca e apreensão na casa de um deputado que é o líder da oposição”.
“Apenas em ditaduras os líderes de oposição são perseguidos. Uma pesca probatória para incriminar qualquer um de nós. Para incriminar, sei lá, o Bolsonaro“, declarou o congressista.
ENTENDA
O deputado federal Carlos Jordy foi alvo de busca e apreensão da PF na 24ª fase da operação Lesa Pátria em 18 de janeiro. A ação teve como objetivo identificar pessoas que tenham planejado, financiado e incitado atos extremistas de outubro de 2022 ao início do ano passado.
Os agentes cumprem 10 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (8) e no Distrito Federal (2). Em nota, a PF disse que “os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime”.
No DF, os agentes cumpriram buscas no gabinete de Jordy, no Anexo 3 da Câmara dos Deputados.
Leia aqui o pedido enviado pelo MPF ao Supremo (PDF – 3,7 MB) e aqui a decisão de Moraes de autorizar a operação (PDF – 271 kB).
Jordy se pronunciou sobre o caso em publicação nas redes sociais. No dia da operação, ele declarou que foi acordado às 6h “com um fuzil no rosto” por agentes da PF –algo que a corporação negou.
“É inacreditável o que nós estamos vivendo. Esse mandado de busca e apreensão que foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, isso aí é a verdadeira constatação de que estamos vivendo em uma ditadura”, afirmou.
O líder da Oposição na Câmara disse que Moraes “se julga o dono” do Brasil. “Eu até falei para os policiais: antes vocês iam na casa de políticos corruptos, políticos que tinham alguma investigação por corrupção. Hoje, vocês estão indo por conta de determinação de uma pessoa que se julga o dono do Brasil e que quer perseguir seus adversários nesse inquérito do fim do mundo”.
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