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Ao contrário da arqueologia, que se dedica à cultura humana e seus vestígios deixados no planeta Terra, a paleontologia foca no estudo dos animais antigos, os restos e fósseis que deixaram para trás e sua relação com o planeta atual. Em 2023, muitas descobertas foram feitas nessa área, que está sempre se expandindo à medida que escavamos e descobrimos maneiras melhores de analisar o que se preservou dos seres de outros tempos.
Nessa lista com os 10 destaques do ano na paleontologia, vamos descobrir o que restos de dinossauros, mamíferos e até mesmo de abelhas pré-históricas revelaram à ciência, passando por achados muito interessantes no Brasil e até mesmo vestígios deixados por humanos, o que conhecemos pelo nome de icnofósseis.
Primeiras formas de vida na Patagônia
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Cientistas encontraram, no inóspito ambiente salino do Deserto do Atacama, na Patagônia, estromatólitos vivos ao lado de seus fósseis — eles são comunidades microbianas que estão entre as primeiros formas de vida conhecidos da Terra, com fósseis de até 3,5 bilhões de anos.
A diferença dos aglomerados de bactérias da Patagônia é que sua formação é mais parecida com as de seus ancestrais primitivos, sendo feitos de cianobactérias. O ambiente é tão parecido com a superfície de Marte que está sendo usado como uma espécie de simulação para quando buscarmos vida no planeta vermelho.
Mais antigo mosquito preservado em âmbar
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Todo mundo pensou em Jurassic Park, né? Os cientistas, no entanto, focaram em outro aspecto da descoberta do mosquito mais antigo preservado em âmbar do mundo, no Líbano, com 125 milhões de anos. Ele é do início do Cretáceo e mostra mais detalhes de como esses insetos evoluíram para passar a sugar sangue, já que o espécime preservado é macho, e apenas as fêmeas atualmente sugam sangue. Ele é 30 milhões de anos mais antigo do que o fóssil em âmbar anterior, quebrando o recorde com larga vantagem.
Chinelos de 75.000 anos atrás
Saímos dos fósseis de criaturas para os icnofósseis, registros de atividade biológica sem a presença do animal, como pegadas, ovos ou urina. O animal, nesse caso, era um humano, que deixou evidências do uso de chinelos no Paleolítico Médio, de 75.000 anos a 150.000 anos atrás. Os sinais de calçados estavam na Costa do Cabo, na África do Sul, e mostram que nossos ancestrais eram mais avançados na cognição e nos comportamentos complexos em épocas mais antigas do que se imaginava.
Primeira laringe de dinossauro
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Ao analisar os restos de um pinacossauro de 80 milhões de anos atrás, pesquisadores descobriram que ele deixou sua laringe preservada para a posteridade, revelando, pela primeira vez, como era a estrutura nos dinossauros não-avianos e nos dando uma dica de como seriam seus sons.
A laringe do animal é uma espécie de intermediário entre a dos répteis e a dos pássaros, e, embora não conseguisse ter a mesma complexidade sonora das aves, parece que a criatura conseguia fazer sons parecidos com o dos pombos.
Ancestral dos pterossauros no Brasil
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Assim como nós e os dinossauros, os pterossauros — répteis voadores de eras passadas — também tinham ancestrais. O mais antigo deles, com 230 milhões de anos, foi encontrado no Rio Grande do Sul este ano: é o Venetoraptor gassenae. A partir de seus restos, os cientistas descobriram que sua família, a dos lagerpetídeos, era mais diversa que a dos dinossauros.
Um quarto dedo alongado presente no fóssil indica que ele era a espécie mais próxima dos pterossauros que já vimos. O V. gassenae tinha 70 cm de altura e cerca de 1 m de comprimento.
Abelhas mumificadas na colméia
Normalmente, o que paleontólogos conseguem encontrar das abelhas do passado são as colmeias, já que é difícil que os insetos fiquem preservados. Contrariando expectativas, abelhas mumificadas de 3 mil anos atrás foram achadas em Portugal, mostrando como a tribo Eucerini, ou abelhas-dos-chifres-longos, viviam na época.
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Seu pólen também acabou preservado, o que deve ter acontecido por mudanças climáticas que esfriaram a região e a alagaram. Estudar esses fósseis pode nos dar dicas de como preservar a vida das abelhas atuais.
Fóssil de preguiça ainda no útero
Embora os fósseis já tenham sido encontrados há 40 anos, a divulgação e popularização científica de um incrível evento aconteceu esse ano — é o achado de uma preguiça-gigante da espécie Nothrotherium maquinense fossilizada ainda no útero. A mãe e o feto, de cerca de 20 mil anos atrás, estavam em Minas Gerais, no Brasil, e tinham 6 metros de comprimento, no caso da mãe, e 25 cm, no caso do feto. A espécie foi extinta no final do período Pleistoceno, há 11.700 anos.
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Fóssil roubado volta ao Brasil
É do Brasil! Após 30 anos passados ilegalmente no estrangeiro, no Museu Estadual de História Natural Karlsruhe, o fóssil do dinossauro não-aviano Ubirajara jubatus voltou ao Brasil em 2023, indo para o Museu do Cariri, no Ceará, região que habitava há 110 milhões de anos, durante o Período Cretáceo.
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Descoberto na bacia do Araripe, o animal foi levado à Alemanha provavelmente em 1995, sendo descoberto apenas após um estudo sobre ele ser publicado no país. Negociações entre o país e o Brasil garantiram a devolução dos restos do colorido brasileirinho.
Dinossauro mais pescoçudo do mundo
Aqui vai mais uma mostra de como a ciência está sempre avançando — conhecido há quase 40 anos, o Mamenchisaurus sinocanadorum, que viveu no Jurássico de aproximadamente 162 milhões de anos atrás, só foi reconhecido como o dinossauro com o pescoço mais longo do mundo agora, com tecnologia moderna o suficiente para descobrir o fato.
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O membro tinha 15,1 metros na espécie herbívora, que o utilizava para alcançar alimentos distantes nas árvores e provavelmente para distribuir calor através da grande superfície.
Réptil marinho mais antigo do mundo
O achado de um ictiossauro no Ártico, réptil marinho predador que conviveu com os dinossauros, revolucionou a paleontologia neste ano. A questão é que o fóssil é de 2 milhões de anos antes da extinção em massa do final do Permiano, que ocorreu há 252 milhões de anos — acreditava-se que os ictiossauros haviam evoluído e habitado os mares somente na era Mesozoica.
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Isso coloca pelo menos uma linhagem de répteis evoluindo antes da grande extinção do Permiano, o que dará muito trabalho para os cientistas na reavaliação de como o processo aconteceu. A incrível preservação do fóssil permitiu estudar até mesmo as microestruturas internas dos ossos, mostrando marcos adaptativos de crescimento acelerado, metabolismo elevado e um estilo de vida totalmente oceânico.
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