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Presidente da petroleira diz ser “legítimo” o Conselho Administrativo de uma estatal tomar decisões orientado pelo governo
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, negou que tenha havido intervenção do governo na decisão de não distribuir os dividendos extraordinários –pagamento extra que as empresas fazem aos seus investidores– referentes a 2023. Segundo ele, levantar essa hipótese é “querer criar dissidências, especulação e desinformação”. Prates afirma que a deliberação foi de “adiamento e reserva” do contingente.
“É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobras é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado Brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser apontado como intervenção! É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa”. A declaração foi feita em seu perfil no X (antigo Twitter) nesta 4ª feira (13.mar.2024).
Prates disse ser “legítimo” que o Conselho Administrativo da maior empresa do país se posicione orientado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros. “Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários”, afirmou.
“Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida”, declarou.
Na 5ª feira (7.mar), o Conselho da Petrobras aprovou a proposta de encaminhar à AGO (Assembleia Geral Ordinária), que ocorrerá em 25 de abril, uma distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões, ou seja, o mínimo previsto em sua política. Outros R$ 43 bilhões serão retidos em reserva estatutária, mecanismo criado em 2023 com a aprovação de um novo estatuto da estatal.
A decisão desagradou o mercado, que respondeu com a queda do valor dos papéis da empresa. Na 2ª (11.mar), Lula disse que a Petrobras não deve pensar só nos seus acionistas.
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