Israel inunda túneis do Hamas em Gaza e impõe limites a possível cessar-fogo

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Cem reféns foram trocados por prisioneiros palestinos durante uma trégua de uma semana no final de novembro

Israel anunciou nesta terça-feira (30) que está inundando túneis usados pelo Hamas em Gaza, e ressaltou que não irá se retirar do território palestino nem libertar “milhares de terroristas” para obter um cessar-fogo, apesar da pressão da comunidade internacional.

A inundação “faz parte das ferramentas implantadas (…) para neutralizar a ameaça da rede de túneis do Hamas”, afirmou o Exército israelense em comunicado.

Vários especialistas alertaram no mês passado que a inundação de túneis com água bombeada do Mediterrâneo poderia ser perigosa para os civis sitiados em Gaza, mas o Exército garantiu que foram tomadas precauções para não “danificar os lençóis freáticos da região”.

O conflito começou em 7 de outubro com a incursão de comandos islamistas que mataram cerca de 1.140 pessoas, em sua maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, de acordo com um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Cem reféns foram trocados por prisioneiros palestinos durante uma trégua de uma semana no final de novembro. Dos 132 que permaneceram em cativeiro em Gaza, estima-se que 28 morreram.

A ofensiva lançada por Israel com o objetivo de “aniquilar” o Hamas deixou até o momento cerca de 26.751 mortos, a grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, de acordo com o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007.

Pressão por uma trégua

O diretor da Agência Central de Inteligência americana (CIA, na sigla em inglês), William Burns, reuniu-se no domingo (28), em Paris, com autoridades do Egito, de Israel e do Catar para esboçar um novo projeto de trégua.


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O movimento islamista Hamas, que governa Gaza desde 2007, confirmou que recebeu a proposta e que a está “analisando” para “dar uma resposta”.

Um alto funcionário do movimento, Taher al Nunu, insistiu nesta terça-feira em que o Hamas deseja um “cessar-fogo completo e total, e não uma trégua temporária”.

O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman al Thani, expressou confiança em um acordo que leve a um cessar-fogo permanente.

Segundo Al Thani, o plano inclui uma trégua gradual que permitirá inicialmente a libertação de mulheres e crianças mantidas reféns em Gaza e a entrada de ajuda humanitária no território, devastado pela guerra e sujeito a um cerco israelense.


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Uma trégua de uma semana no final de novembro passado, negociada com mediação do Catar, do Egito e dos Estados Unidos, permitiu que os reféns capturados durante o ataque sangrento dos milicianos islamistas em Israel, em 7 de outubro, fossem trocados por prisioneiros palestinos detidos em Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, impôs limites às concessões que poderia fazer.

“Não vamos retirar o Exército da Faixa de Gaza, nem vamos libertar milhares de terroristas. Nada disso acontecerá”, frisou, em declaração na colônia de Eli, na Cisjordânia ocupada.

A pressão internacional surge em meio a temores de uma propagação do conflito, o que agrava as tensões na região.


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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que não busca uma escalada, ao mesmo tempo em que avalia uma resposta militar contra o Irã após o ataque de drones que matou três soldados americanos na Jordânia.

“Não creio que precisemos de uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Não é isso que procuro”, disse ele, sem dar mais detalhes sobre as medidas que os EUA irão adotar.

As Brigadas do Hezbollah, uma milícia pró-Irã do Iraque, anunciaram pouco depois a “suspensão” de suas operações militares contra as tropas “de ocupação” americanas, “para evitar problemas ao governo iraquiano”.


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Khan Yunis, epicentro dos combates

Na Faixa de Gaza, os combates se concentram em Khan Yunis, no sul do território palestino, reduzido a escombros.


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A Jihad Islâmica, outro grupo armado palestino que luta ao lado do Hamas, relatou confrontos com tropas israelenses perto de Khan Yunis e em outras partes do território, incluindo a Cidade de Gaza, no norte.

Em Rafah, perto da fronteira com o Egito, no extremo-sul, dezenas de corpos foram enterrados em uma vala comum, depois de Israel ter devolvido restos mortais de palestinos exumados, segundo fontes palestinas.

UNRWA, uma ‘fachada’ do Hamas, diz Israel

Mais de 80% dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza se tornaram deslocados internos, segundo a ONU.

No dia 9 de outubro, Israel impôs um “cerco total” ao território, impedindo a entrada de água, alimentos, combustível e medicamentos. A maioria dos habitantes enfrenta riscos de fome e doenças.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), fundamental para a assistência humanitária à população, teve seu financiamento suspenso por 12 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Alemanha, após acusações israelenses de que dez de seus funcionários estavam envolvidos no ataque de 7 de outubro.

Chefes de 14 agências das Nações Unidas alertaram em declaração conjunta que cortar o financiamento “terá consequências catastróficas para a população de Gaza” e “resultaria no colapso do sistema humanitário” do território.

A coordenadora da ONU para a ajuda em Gaza, Sigrid Kaag, alertou nesta terça-feira que nenhuma organização pode “substituir” a “enorme capacidade da UNRWA: a habilidade e seu conhecimento da população em Gaza”.

Israel acusa a UNRWA de servir como “fachada” para o Hamas, ao permitir que o movimento islamista “usasse suas instalações para atividades militares”.

© Agence France-Presse

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